quarta-feira

2001: A SPACE ODYSSEY.






Sabe aquelas tevês portáteis, pequenininhas, preto-e-branco, que tem rádio junto? Pois a primeira vez em que eu assisti "2001: uma odisséia no espaço" foi numa tevê assim. Que ficava na cozinha, na casa da minha mãe. Dá pra imaginar? Tsc, tsc, tsc... É uma ironia ver um filme como "2001" desse jeito, justo ele que abusa da telona do cinema, que abusa da trilha sonora, que brinca com as sensações do telespectador, fazendo com que a gente se sinta no escuro do espaço... Sempre ouvi falar muito sobre "2001". Vi vários trechos na Faculdade e cheguei a ver de relance ou uma ou outra imagem na programação da tevê aberta, antes dessa noite em que assisti o filme pela tevezinha. Por isso, já conhecia a famosa cena dos macacos. Até então, porém, não tinha decidido assisti-lo de verdade. Estava uma noite fria de inverno daquelas. Fui até a cozinha - eu ainda morava com os meus pais. Sem sono, resolvi comer alguma coisa, acho, e liguei a tevezinha no canal da TV Cultura. Estava começando o filme. Só levantei da cadeira quando acabou. Mesmo com frio. Fiquei completamente hipnotizada. A partir daí, já perdi as contas de quantas vezes o assisti. Quando ainda lecionava em faculdades de Comunicação, "2001" inspirou muitas das minhas aulas, em sessões sempre apoiadas com roteiros de leituras, como o excelente livro do Amir Labaki sobre o filme. Um aluno, certa vez, propôs como artigo final para a disciplina explorar vinculações possíveis entre as imagens de 2001 - que mostraram o homem na Lua em abril de 1968, antes que isso acontecesse, de fato, em dezembro do mesmo ano - e a estética da cobertura jornalística sobre o tema da astronomia. "2001" é o filme do HAL. Depois do HAL, nenhum computador foi visto com ingenuidade... HAL. H é uma letra antes de I, A é um letra antes B e L é uma letra antes de M. Portanto, HAL seria uma referência a IBM... Lenda ou fato? Como todo filme que vira uma mega referência, "2001" é cheio de histórias assim, curiosidades, entrelinhas, bastidores...  Sou uma astrônoma amadora meio frustada e preguiçosa.  Adoro olhar o céu, saber das coisas do espaço, essa experiência meio de sonho que é estar por aí, num planeta, no universo... porém, minha luneta está de tripé quebrado - vou consertar, prometo - e a bibliografia que ensina conceitos e coisas da física - resultado da empolgação fogo-de-palha depois de um curso de ecoastronomia - está intacta. Ou seja, do universo de verdade sei pouco. No universo de Kubrick, entretanto, não paro de descobrir coisas novas a cada nova viagem que faço. 

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