quarta-feira

LOST IN TRANSLATION.



Junho. 2009.

Não tinha nenhuma opinião sobre o Bill Murray. Depois de "Lost in Translation", passei a adorá-lo. A Scarlett Johansson, que ganhou o coração de Hollywood com esse filme, pra variar, arrasa. No Brasil, o nome adotado foi "Perdidos na Conexão". Quem sou eu para avaliar a tradução dos títulos de filme do inglês para o português, mas "Perdidos na Tradução" acho que seria muito mais interessante. "Translation" aí significa ir de uma coisa a outra, de um lugar a outro, de uma existência a outra, um deslocamento. Bom, talvez "Perdidos na Tradução" não soe bem, marqueteiramente falando. "Perdidos" tem mais a ver com "conexão", mesmo, lembra as pessoas procurando seus gates nos aeroportos. Seria preciso pensar muito para que um título como "Perdidos na Tradução" fizesse sentido comercial. Afinal, como é que uma pessoa poderia se perder numa tradução? Mas é disso mesmo que o filme fala. Se tem uma coisa que acontece durante toda a história, essa coisa é a tentativa de se fazer entender através das palavras e dos silêncios em inglês e japonês. O filme é sobre se fazer entender no casamento, na solidão, se fazer entender para si mesmo; se perder e se achar nos solitários quartos de hotel, no solitário mundo onde, ao mesmo tempo, há tanta, tanta, tanta gente e não há ninguém. Além de matar um pouquinho da minha curiosidade sobre Tóquio - que morro de vontade de conhecer -, "Lost in Translation" confirmou minha tietagem pela diretora Sofia Coppola. Há indiretas bem diretas no filme para o ex-marido dela, o famoso diretor publicidade e videoclipes, Spike Jonze. No entanto, o que mais há são indiretas bem diretas pra gente.  "Everyone wants to be found", diz o cartaz do filme. Ninguém sai do cinema sem parar pra pensar um pouquinho na própria vida. Naquilo que quer, de fato, encontrar. Em quem quer, de fato, encontrar. No que está buscando. No que está deixando pra trás. Uma das cenas que mais amo: o encontro no bar. "- And what do you do?".  "- I'm not sure, actually".


2 comentários:

  1. Adoro esse filme. Já vivi, aliás, algumas das cenas que ela filmou. Acho de uma sensibilidade intensa.

    É um daqueles filmes legais de se ver.

    bjão

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  2. Adoro esse filme, realmente muito bom...tá na minha listinha...eu amo quando o Bob fala: "When you find out who you are, and what you want, the less you let things bother you." Não é perfeita essa frase?
    Noa 10!
    Fernanda S.

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